2 motivos pelos quais os cães NÃO sentem culpa

Créditos: Joy e Pepper - Instagram: @joy.2theworld Com certeza você já viveu a seguinte situação: seu cachorro com um sapato seu ao lado, todo roído e mordido. Você fica chateado e seu cão então faz aquela carinha que dá a impressão de que foi pego no flagra, carinha de culpa: orelhas abaixadas, desviando o olhar e virando a cabeça, como se soubesse que fez algo que não podia. Mas será que essa carinha quer dizer isso mesmo? Será que os cães sentem culpa? De acordo com Alexandra Horowitz, pesquisadora, professora da Columbia University e autora de vários livros sobre cognição canina, os cães não sentem culpa, essa carinha que nós interpretamos como culpa tem outras explicações:

1. Sinais de calma ou apaziguamento: Já tratamos sobre isso antes. Mas para relembrar, os sinais de apaziguamento são sinais que os cães usam para se comunicar e que podem indicar desconforto, para evitar conflitos e para que eles se acalmem. Alguns sinais como os já citados (abaixar as orelhas, desviar o olhar e virar a cabeça) são sinais que os cães normalmente fazem nessas situações demonstrando que estão com medo e que não querem conflito. Eles estão pedindo para que nós nos acalmemos, mas não têm a noção de que fizeram algo errado, pois certo e errado são conceitos humanos e a percepção dos cães sobre alguns objetos também é completamente diferente da nossa. Um sapato, que para nós serve para calçar pode ser algo muito interessante para o seu cão roer, pois é algo que tem seu cheiro impregnado. A maioria dos problemas acontece porque nós não entendemos e percebemos o mundo da mesma forma que nossos cães.

2. O cão reage em resposta aos nossos comportamentos: em seu livro A cabeça do cachorro (2012) Horowitz descreve uma experiência que realizou com quatorze cachorros em que seus tutores lhes diziam para não comer um petisco e saiam da sala. Ela chegou à conclusão de que a conduta que aparenta culpa estava mais ligada à reação do tutor do que ao ato em si de obedecer ou não, pois em algumas das vezes, os próprios pesquisadores tiraram os petiscos da sala, disseram aos tutores que os cães haviam desobedecido e esses repreenderam os cães. Foram nessas situações que os cães mais apresentaram essa conduta de “olhar de culpa”, ou seja, os cães não haviam desobedecido e ainda assim se mostraram “culpados”.

Isso acontece porque os cães aprendem por associação e eles fazem isso muito rápido. Se latem ou choram e recebem atenção, então aprendem que basta fazer isso para atrair atenção. Se o cachorro faz bagunça e o tutor chega em casa depois de horas e o repreende então esse cachorro aprende a associar a chegada do tutor, a alteração da sua voz e expressão facial à repreensão, ou seja, ele associa as reações do tutor à repreensão e não associa a repreensão à bagunça.

 

Qual a importância disso?

Wolverine – Instagram: @wolverine_fofo

Sabendo que os cães não sentem culpa, mas que reagem de acordo com nosso comportamento, podemos entender que se o cão já demonstra essa conduta de aparente culpa (que na verdade indica medo e evitação de conflito) o melhor a se fazer é não brigar com ele, pois isso só o deixará mais inseguro. O ideal é buscarmos entender como o cão pensa e vê as coisas e proporcionar a ele formas corretas de gastar sua energia, pois um cão que não tem o que fazer em casa vai procurar o que fazer e se não tiver os brinquedos próprios para isso vai acabar encontrando algo com que se divertir, mesmo que para você seja algo “errado”! Um exemplo de brinquedo para roer é o Benebone. O modelo que aparece na foto ao lado é o Maplestick e o Wolverine amou! Outra forma de gastar energia é com mordedores naturais. Na foto abaixo, vemos que a Mah (Instagram: @mah_pom ) ama passar tempo roendo cascos bovinos. 

Bibliografia HOROWITZ, Alexandra. A cabeça do cachorro. 3ª ed. -3ª ed. - Rio de Janeiro: Best Seller, 2012. GOLDMAN, Jason. Do dogs feel guilty? Scientific American. The Thoughtful Animal: maio, 2012. Disponível em https://blogs.scientificamerican.com/thoughtful-animal/do-dogs-feel-guilty/ acesso em 13 de outubro às 15h23.

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